BOEING 777-200 DA MALAYSIA CONTINUA DESAPARECIDO (Última actualização – 14h20)

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A esperança de encontrar a salvo o Boeing 777-200 da Malaysia Airlines e os seus 239 ocupantes é cada vez mais diminuta. As autoridades malaias continuam a lidar com esta tragédia com algum cuidado, procurando não precipitar o inevitável que é reconhecer que o aparelho caiu no mar levando com ele passageiros e tripulantes. Enquanto não aparecerem provas que evidenciem o desastre, a informação oficial só pode ser de que o avião desapareceu entre a Malásia e o Vietname (ver nossa notícia anterior).

Nas últimas horas foram vistas grandes manchas de combustível no mar. O governo malaio e os responsáveis pela companhia continuam cautelosos em admitir que isso possa prenunciar o local de queda do Boeing 777-200, que está desaparecido desde ontem com 227 passageiros e 12 tripulantes a bordo. Saiu dos radares cerca de duas horas depois de levantar voo de Kuala Lumpur em direcção a Pequim, num voo que demoraria cerca de seis horas. Tinha carregado combustível para sete horas e meia de viagem.

 

A Malaysia Airlines é a companhia aérea nacional da Malásia – o capital pertence a investidores privados e ao Estado, este em maioria –  e é uma das maiores da Ásia, com um fluxo de aproximadamente 37 mil passageiros por dia de e para 80 destinos em todo o mundo. Tem uma frota de 113 aviões, segundo os registo da Airfleets.net, dos quais 15 são Boeing 777-200.

A companhia não voa para nenhum aeroporto do espaço da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Apenas para a Região Administrativa Especial de Macau, território que esteve sob administração portuguesa até 1999, na China. Os voos entre Kuala Lumpur e Macau começaram em Novembro de 1995, logo após a abertura do aeroporto local, e têm sofrido algumas interrupções, face a quebras de tráfego. Foram suspensos em 1998 e depois retomados em 2007. Sofreram nova interrupção em 2009 e voltaram a ser programados em 2010.

 

Quatro acidentes com perdas totais de aparelho e 129 mortos

Ao longo da sua existência a Malaysia Airlines sofreu quatro acidentes com perdas totais de aparelhos e um total de 129 mortos.

Em 4 de Dezembro de 1977 um Boeing 737-200 terá sido desviado em voo de Penang para Kuala Lumpur e despenhou-se em Tanjung Kupang. A tripulação reportou que tinha “um pirata do ar” no cockpit. Morreram 93 passageiros e sete tripulantes.

A 18 de Dezembro de 1983 um Airbus A300B4, alugado à SAS, mas ao serviço da Malaysia, despistou-se ao aterrar no Aeroporto de Subang, num cenário de chuvas torrenciais. Nenhum dos 233 passageiros e 14 tripulantes morreu, mas o aparelho foi para sucata.

A 15 de Setembro de 1995 um Fokker50 da companhia com 53 ocupantes despenhou-se na aproximação ao Aeroporto de Tawan, em Sabah. O acidente que se deu por erro do piloto provocou a morte de 34 pessoas.

Há cerca de dois anos um avião ligeiro, ao serviço de uma companhia ‘feeder’ da Malaysia, mas sua subsidiária, despenhou-se e no acidente faleceram o piloto e o único passageiro do aparelho.

 

Comandante tinha 18.365 horas de voo

Numa conferência de imprensa que ocorreu na madrugada de hoje, sábado (hora GMT), em Kuala Lumpur, o presidente executivo da companhia disse que o comandante Zaharie Ahmad Shah, um malaio de 53 anos de idade, tinha 18.365 horas de voo e estava na Malaysia Airlines desde 1981. O co-piloto Fariq Hamid, também malaio (27 anos), tinha 2.763 horas de voo e estava na companhia desde 2007.

O avião desaparecido, registo 9M-MRO, número de série do fabricante 28420, fez o seu primeiro voo em 14 de Maio de 2002, tendo entrado na frota da Malaysia no dia 31 do mesmo mês. Está equipado com dois reactores Rolls Royce Trent 892.

 

Avião esteve envolvido num outro incidente em Xangai

No site www.avherald.com foi recordado nesta madrugada que o 9M-MRO esteve envolvido num incidente com um Airbus A340 da China Eastern Airlines, no Aeroporto de Xangai (China) há cerca de 18 meses. Colidiram em plena placa, quando o avião malaio se dirigia para a sua posição de estacionamento. Na altura foram reportadas avarias pesadas numa das asas do avião agora desaparecido.

Este incidente relembra factos ocorridos. Em 12 de Agosto de 1985 um Boeing 747SR da Japan Airlines despenhou-se no Japão numa viagem de Tóquio para Osaka. Foi o segundo pior desastre aéreo no mundo com um avião comercial, e nele morreram 520 pessoas. No relatório é referido que uma explosão na cauda estaria directamente ligada a uma reparação mal feita e que esse facto seria responsável pela queda do avião.

 

153 chineses a bordo

Segundo anunciou ontem a companhia aérea viajavam no Boeing 777-200 desaparecido passageiros de 14 nacionalidades. Os que se encontravam em maior número eram chineses (153), malaios (38) e indonésios (12). Seguem-se australianos (7), norte-americanos (4), franceses (3). Entre os restantes passageiros estavam a bordo dois neozelandeses, dois ucranianos e dois canadianos, um russo, um italiano, um chinês de Taiwan, um holandês e um austríaco.

 

Passageiro com passaporte roubado

Esta manhã a imprensa italiana desmentia a existência de um passageiro de nacionalidade italiana no avião desaparecido. Luigi Maraldi, cujo nome consta na lista dos passageiros embarcados em Kuala Lumpur, já falou e diz que está salvo e vivo. O que aconteceu, explicou, foi que o seu passaporte foi roubado há alguns meses quando esteve na Tailândia…

 

Tripulante com apelido de origem portuguesa

Não são conhecidos cidadãos de origem portuguesa ou brasileira, ou mesmo de outros países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), a bordo do avião da Malaysia. Contudo há um tripulante que tem o apelido Gomes, nome que é de origem portuguesa. Se fosse Gomez, de origem espanhola, este é mais comum na Ásia, sobretudo nas Filipinas.

O tripulante em questão chama-se Patrick Francis Gomes.

 

  • Na imagem o avião Boeing 777-200 da Malaysia Airlines, registo 9M-MRO, que se encontra desaparecido desde a noite de ontem (hora GMT) – Foto obtida em 09 de Agosto de 2012 no Aeroporto de Frankfurt am Main (Alemanha) por Matthew (www.irelandaviation.com)

 

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